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10 novembro 2008

A formiga e a cigarra

Versão Clássica:

Era uma vez uma formiga que trabalhava duro, de sol a sol, construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.

A cigarra viu aquilo e pensou:
-Que idiota!
E passava o tempo todo dando gargalhadas, cantando e dançando.

Assim passou todo verão; ao chegar o inverno, enquanto a formiga estava aquecida e bem alimentada, a cigarra não tinha abrigo nem comida; morreu de fome.

MORAL DA ESTÓRIA: Trabalhe duro! Seja previdente e responsável.


Agora vejamos a versão brasileira:

Era uma vez uma formiga que trabalhava duro no sol escaldante de verão, construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
A cigarra pensou:
-Que idiota!
E passou o verão dando gargalhadas, cantando e dançando como nunca.
Ao chegar o inverno, a cigarra, tremendo de frio, armou uma barraca de lona na entrada da toca da formiga e convocou toda a imprensa para uma entrevista e exigiu explicações:
Por que é permitido à formiga, uma toca aquecida e boa alimentação, enquanto as cigarras estão expostas ao frio e morrendo de fome?
Todos os órgãos de imprensa compareceram à entrevista (SBT, BAND, ZERO HORA, JORNAL DO BRASIL, ESTADÃO. REDE GLOBO, CNM e outros); tiraram muitas fotos da cigarra trêmula de frio e com sinais de desnutrição.
As imagens dramáticas na televisão mostraram uma cigarra em deplorável condição, sentado num banquinho debaixo de uma barraca de plástico preto e mais adiante mostraram a formiga em sua toca confortável, com uma mesa farta e variada.
O programa do Datena apresentou um quadro de 15 minutos, mostrando a cigarra cambaleante.

O Gugu dedicou um programa inteiro à cigarra, entrevistando sua mãe, amigos e outras cigarras na mesma situação.
O povo brasileiro fica perplexo e chocado com o contraste.
A notícia recebe apoio imediato de José Dirceu, com a ressalva de que os recursos devem ser dirigidos ao programa Fome Zero do governo Lula, e cogita uma Emenda Constitucional que aumente os impostos para as formigas e ainda obriga as comunidades a promover a integração social das cigarras.
A formiga, multada por supostamente não entregar sua quota de folhas verdes ao Ministério das Folhas e não tendo como pagar todos os impostos e contribuições que foram apurados retroativamente, pede falência.
A Câmara Federal instala uma comissão de inquérito para investigar a falência fraudulenta de inúmeras formigas abastadas.

O Ministério das Folhas nomeia uma comissão de auditores fiscais suspeitando de que as formigas tenham desviado recursos do FF5 (folhas fresca nº 5 de Banco Central) e suspeitas de lavar folhas.
A cigarra decide invadir a toca da formiga e lá acampa.
A formiga pede ajuda da polícia e esta informa que não dispõe de efetivo para atender ocorrências desta natureza e que também por orientação do Secretário de Segurança que deseja evitar confronto com os SEM TOCAS.
A formiga entra na justiça para obter a reintegração da toca, mas é negado, o juiz invocou um novo ramo do direito, “O ECONÔMICO” e sentencia que a formiga não provou a produtividade da Toca.
O Ministério da Reforma Agrária desapropria a Toca da Formiga, por não cumprir sua função social e a entrega à friorenta e desnutrida cigarra.
O Ministério da Justiça examinando folhas do Jornal Última Hora, descobriu que a cigarra foi presa no passado, por promover algumas greves, assaltos e seqüestros (crimes políticos), e conseguiu sua
inclusão no grupo dos perseguidos políticos com direito à indenização federal e pensão vitalícia.
Agora começa novamente o verão, as formigas trabalham e as cigarras cantam e dançam…

MORAL… NÃO HÁ MORAL NESTE PAÍS...

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